Artista: Fellini
País:
Álbum: Amor Louco
Ano de gravação / lançamento: 1989 / 1990
Músicos: Cadão Volpato (vocal, harmônica e teclados), Thomas Pappon (violão, guitarra, vocais e programação rítmica), Jayr Marcos (violão e vocais), Ricardo Salvagni (baixo e programação rítmica), e ainda Tancred Pappon (cavaquinho), Karla Xavier (vocal) e R. H. Jackson (programação rítmica).
Produção: Fellini e R. H. Jackson
Capa: Cadão Volpato / fotos: Célia Saito
Gênero: Rock / Post-Punk / Rock Alternativo
Selo: Wop Bop / W33006
Prensagem:
Lado A: 01. Chico Buarque Song / 02. Amor Louco / 03. Clepsidra / 04. Cidade Irmã / 05. LSD / 06. Você é Música
Lado B: 01. Love ‘Till the Morning / 02. Grandes Ilusões / 03. Samba das Luzes / 04. Città Piu Bella / 05. Kandinsky Song
FELLINI – CHICO BUARQUE SONG
FELLINI – CHICO BUARQUE SONG (1990)
FELLINI – AMOR LOUCO
FELLINI – CLEPSIDRA
FELLINI – CIDADE IRMÃ
FELLINI – LSD
FELLINI – LSD (1990)
FELLINI – VOCÊ É MÚSICA
FELLINI – LOVE ‘TILL THE MORNING
FELLINI – GRANDES ILUSÕES
FELLINI – SAMBA DAS LUZES
FELLINI – CITTÀ PIU BELLA
FELLINI – CITTÀ PIU BELLA (1989)
FELLINI – KANDINSKY SONG
FELLINI – É O DESTINO (1990) [bônus sinistro]
FELLINI – AEROPORTO [bônus sinistro]
Oi Marco,
Adoro esse disco! Os anteriores também são muito bons, mas acho que aqui é o ápice. Assisti a um dos shows de “retorno” que a banda fez há alguns anos atrás e foi excelente.
E no mais, como vai o universo bolha? Muitas descobertas e aquisições?
Tu manja,
Abração.
Fala Mr. Lucas!
Pois é, o Amor Louco é o meu preferido do grupo, seguido de perto pelo O Adeus de Fellini. É uma banda que surgiu na esteira do Movimento da Vanguarda Paulistana, trazendo sua sonoridade esquisitona, embalada num rock de sotaque inglês e poética nonsense, mas com espaço para o “samba torto”, a MPB e a música eletrônica. Também assisti a um show dos caras, acho que nos anos 90. Bem bacana!
Quanto ao universo bolha, a última grande descoberta é o play do Lucas Arruda, intitulado Sambadi. Baixei o danado e estou escutando direto essa maravilha. Funk, soul, jazz e el groove terrible nas pegadas certeiras dos bons sons black. Ainda vão falar muito desse cara, que sabe das coisas.
De aquisições, minha última falência foi no Big Papa, no mês passado. Fui em “missão de paz”, mas não teve jeito: peguei discos do Ozark Mountain Daredevils, Little Feat, Rossington Collins Band, Hummingbird, Elvin Bishop, James Blood Ulmer, Jan Hammer, Herbie Mann, King Curtis, Richie Havens, Roy Buchanan, o primeiro solo do Peter Green, dois bootlegs dos Stones, entre outros mais. Não satisfeito, parti pra ignorância e também troquei a edição nacional de alguns discos da minha coleção, pelos importados (na conta álbuns do Creedence, Deep Purple, Robert Cray Band, Beatles, Queen, Robin Trower, Dio, Van Halen…). Ah, também chegou aqui no pedaço via Dusty Groove o Finer Moments, duplão do Zappa, e o Shangrenade do Harvey Mandel. Um cardápio sonoro sinistro e de gosto empoeirado.
De resto, estou só carregando as baterias para enfrentar a maratona musical da Virada Cultural. E dá-lhe George Clinton, Walter Franco, Som Imaginário, Marcos Valle, Lonnie Liston Smith, Pharoah Sanders, The Central Scrutinizer + Bobby Martin, Nektar, Anjo Gabriel, Fabio Góes, Deodato, Metá Metá, Billy Cox, David Jackson… tenho que bolar um roteiro esperto pra ver se consigo conciliar os horários dessas apresentações. Mas vai ser difícil ver todos esses shows. Mata o velho… Castiga!
Abração
Salve Marcão,
Amor louco é um discaço e ponto, ehehe. Vou conferir o play do Lucas Arruda, ainda não conheço o som do cara. Nessa vibe, chegou aqui o Memórias Luso africanas e o mais recente do Gui Amabis(que ainda não ouvi). E suas aquisições empoeiradas continuam sensacionais. Hoje chegaram por aqui os dois cd´s do Rodriguez- depois que assisti ao sensacional doc Searching for a sugar man, pirei! Também chegaram edições duplas do The End da Nico e do Durutti Column, além do Dancing in your head do Ornette Coleman em lp.
E a Virada, como foi? Conseguiu conferir muitos shows?
Abraço.
Opa, pode escutar o Sambadi que com certeza você vai curtir. O Memórias Luso Africanas eu tenho e gosto bastante; já o Trabalhos Carnívoros segue na minha lista de novas aquisições. Pois é, fiquei sabendo desse documentário sobre o Sixto Rodriguez e, curioso, lá fui eu escutar os discos Coming from Reality e o Cold Fact, os quais não conhecia. Achei ambos sensacionais, até tentei comprá-los ontem, mas não os encontrei nas lojas que visitei. Fica para uma próxima falência. Eita, não conheço esse disco da Nico, é bom? Também não conheço a banda Durutti Column, que álbum você indica para descabaçar os ouvidos?
Pô, que legal! Pensei que usted só comprava CDs, mas me enganei, e ainda por cima descolou um clássico do Ornette Coleman. Bacana! Por falar em aquisições, ontem “enfiei o pé na jaca” novamente: comprei discos do Black Keys, Tame Impala, RL Burnside, Herbie Hancock, Thelonious Monk, Pharoah Sanders, Lou Donaldson, The Meters, War, outros mais do Herbie Mann (tô viciado), o Holy Magick do Graham Bond… Falência com alto teor de periculosidade!
Quanto à Virada Cultural, ficou comprovado que eu tô mesmo ficando velho. Não agüentei o tranco, mas ainda assim assisti a 7 apresentações. Para começar, aproveitei o palco da São João e engatei, na sequência, os shows do Lobão, Billy Cox + Scandurra e da Central Scrutinizer + Bobby Martin. Cabeça feita, saí no embalo para ver o Lonnie Liston Smith, mas ao chegar no palco da República, à meia-noite, estava começando o show do Rappin’ Hood com atraso de quase duas horas. Como não tinha nada programado naquele horário, decidi assistir ao rapper brasileiro (e o show foi ótimo), e esperar o início do show do tecladista americano. Só que problemas técnicos atrasaram a entrada de Mr. Smith no palco. Esperei e nada do show começar. Como faltavam 5 minutos para George Clinton adentrar o palco da Júlio Prestes, resolvi bater em retirada, e fui para lá, às 3 da matina. Confesso que esperava mais da apresentação do combo P-Funk, mas só por terem tocado “Maggot Brain”, já valeu a Virada inteira.
Já exausto, fui descansar a mula no Theatro Municipal, às 6 da manhã, na apresentação de Walter Franco, amparado por uma banda pra lá de competente, tocando o álbum Revolver na íntegra. Ainda teve um bis com as músicas Canalha e Coração Tranquilo. Show antológico. Para terminar, o show do Anjo Gabriel, às 8 horas, na São João. Uma pena que poucos viram a boa performance da trupe – pouco mais de 100 pessoas, a maioria vândalos embriagados e drogados, com sérias debilidades mentais, provocando cenas constrangedoras. Triste! Bom, depois dessa, já morto de cansaço, decidi voltar para casa. Meus olhos e corpo já estavam pregados e eu ainda tinha que dirigir do Centro de Sampa até Cotia, onde eu moro. Perdi o Nektar, o Som Imaginário, Pharoah Sanders… Mas no final das contas, valeu muito à pena. Que venham outras Viradas Culturais pra castigar este velho sinistro. É isso aí, brother!
Abração
Legal seu relato, Marco(aliás, você poderia retornar com as resenhas sinistras, ehehe.). Se eu tivesse ido na Virada gostaria de ter conferido esses que vc citou(Scrutinizer com Bobby Martin, Walter Franco tocando o Revolver…putz!) e também o Mão Morta, Nektar, Som Imaginário, Pharoah Sanders…vi muita gente reclamando das brigas constantes, dos roubos e de outras encrencas que aconteceram no evento…infelizmente, faz parte. mas a programação ao meu ver estava bem bacana.
Quanto as aquisições, vejo que continuam a milhão. O Tame Impala é uma banda que já ouvi algumas faixas e achei ótimo, vou dar um jeito de conferir um álbum na íntegra-.E realmente, eu comprava mais cd´s, os vinis tem sido um vício recente, rs.
Sobre o Durutti Column, tá aí uma banda que eu gosto pra caramba. O seu mentor é o guitarrista Vini Reilly, que nos anos 80 chegou a ser chamado de “o maior guitarrista da atualidade” pelo Robert Fripp. Trata-se de um som por vezes etéreo, intmista e delicado, que pode ser associado ao post-punk mais inventivo- eles eram da Factory. Dos que eu conheço, o meu favorito é o LC(que é um dos meus muitos discos de cabeceira.). O primeiro e esse que comprei(que se chama Vinni Reily) também são excelentes. O play da Nico, “The End” foi produzido pelo John Cale e conta com caras fraquinhos como Brian Eno e Phill Manzanera. Um belo disco, mas no mínimo assustador! Trilha sonora do horror, beleza gélida, letras surreais e uma versão desoladora de The End, dos Doors. Certamente não é um disco pra qualquer momento e muito menos pra embalar uma fossa, ehehe. Ainda prefiro o Chelsea Girl e o Marble Index, mas vale muito a pena ouvir o som da musa.
Abração!
Grande Lucas!
Mão Morta é classe A, também gostaria de ver a banda portuguesa ao vivo, mas num evento desse porte e com tantas atrações, é praticamente impossível assistir tudo aquilo que a gente quer. E realmente a bandidagem rola solta nas Viradas. Sempre tem arrastões, brigas e assaltos aos montes; embriagados e drogados desqualificados, desrespeitando a tudo e a todos; sem falar daquele cheiro insuportável de urina, espalhado pelos quatro cantos da região central. Mas não tem jeito, tudo isso faz parte do “pacote cultural”. Castiga!
E valeu pelas dicas, vou dar uma orelhada no YouTube pra sacar o som do Durutti Column. Da Nico, só tenho o clássico Chelsea Girl em CD, mas depois de ler a sua descrição sobre o play The End , fiquei curioso, ainda mais com esse pessoal “fraquinho” participando das maquinações sonoras e da produção do disco. Quanto ao Tame Impala, comprei os dois LPs da trupe e pretendo postá-los aqui no Sinister no decorrer do mês de junho. Deixa comigo que a parada é sinistra, hehe.
Valeu, meu camarada! E não se esqueça de escutar o Sambadi do Lucas Arruda que vale à pena.
Abração
Ah, sim, o clássico do Fellini – esse disco, para mim, foi um marco, um desfecho sonoro aos anos 80 (e de certa forma um encerramento da vanguarda paulista da época) – absolutamente brilhante! Como posto num dos comentários, foi sem dúvida o ápice da banda, que, aliás, nunca decepcionou. Foi aqui que a mistura de sons pós punk, com uma bossa nova cheia de irreverência, além de carregada pitada do melhor da Factory encontrou a perfeição – de Throbbing Gristle a Josef K. com Chico Buarque metido no meio (se tal é possível) na criação de algo absolutamente original, num samba pós apocalíptico cheio de graça – só nunca entendi a razão desse título ser impossível de achar. Apesar de ser fã número um da banda à época do lançamento de Amor Louco, nunca consegui encontrar uma cópia do vinil para vender – e só anos depois é que, com grande dificuldade, consegui abiscoitar uma cópia em cd jogado num sebo (sorte minha que a loja não tinha menor idéia do que se tratava). Pena, pois o trabalho acabou se perdendo no tempo.
Falou e disse, Mr. Borges. E é verdade, esse disco sempre foi bem difícil de se encontrar nos sebos da vida. Se não me engano, comprei-o na saudosa Nuvem 9, naquelas prateleiras onde discos nacionais eram vendidos por preços que variavam entre 1 e 5 reais. Bons tempos!
Abraço