ENTREVISTA BLOG A MUSICALIDADE

Para fechar o ano, segue uma entrevista que dei ao amigo Fábio Pires, colecionador, pesquisador musical e editor do blog A Musicalidade. Aproveito para desejar a todos um 2010 repleto de grandes realizações, muitas felicidades, paz, harmonia, saúde e discos, muitos discos. Abraços gerais.

* clique nas fotos para ampliá-las.

 

UMA ENTREVISTA COM UM DOS GRANDES COLECIONADORES QUE CONHECI NA INTERNET: MARCO GONÇALVES

Por Fábio Pires

http://amusicalidade.blogspot.com/

Nesses últimos anos, em algumas comunidades de relacionamento pela Internet, conheci vários tipos de pessoas, dentre elas, colecionadores que estimam seus discos e muito têm em experiência para acrescentar ao mundo da música. Por mais que ainda exista essa relação um pouco conturbada entre fãs e artistas, ainda deve ser valorizada a figura do colecionador sério e obstinado: não por ter material em grande quantidade ou mesmo em ter um trabalho com uma faixa a mais naquele cd reeditado várias vezes, mas o colecionador que possui grande conhecimento de música em geral, procura saber a história do artista, o ídolo do ídolo, os influentes, o porquê da elaboração da obra musical do artista/banda, enfim sua história como um todo. Nesses motivos mencionados, coloco uma pessoa em especial que leva a sério o assunto: Marco Gonçalves. Colecionador, pai de família, palmeirense nas horas vagas (rsrs), escritor de matérias interessantíssimas em publicações musicais, dono do blog Sinister Salad Musical’s Weblog e profundo conhecedor da arte musical. Eis aqui as palavras do ilustre:

 

1. Primeiro gostaria que se apresentasse e contasse um pouco de sua vida e sua história com os discos, por favor.

Marco: Opa! Vamos lá! Meu nome é Marco Antonio Gonçalves, tenho 40 anos de idade, sou casado, tenho um filho e moro na Grande São Paulo. Sou formado em jornalismo, torço pro Palmeiras e além de lidar com alguns bens familiares, sou pesquisador musical nas horas vagas e inveterado colecionador de discos a todo instante. Muito prazer! Bom, minha paixão por discos é algo que veio crescendo com o passar dos anos, desde a época em que escutava aqueles compactos coloridos com historinhas infantis, ainda na primeira metade da década de 70. Dos tempos de infância, lembro também de alguns discos de Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Orlando Silva e de outros artistas da velha-guarda que ficavam jogados na sala de um sítio que minha família tinha em Santa Isabel, na Grande São Paulo. Eram LPs da década de 60, alguns de 78 rotações. Eu devia ter uns 5, 6 anos de idade e não dava muita bola para eles. Acho que o “estalo” aconteceu em 1977, quando ganhei o meu primeiro LP: o volume 1 do Sítio do Pica-Pau Amarelo. A trilha sonora do programa infantil da Rede Globo trazia no repertório músicas de Gilberto Gil, Doces Bárbaros, João Bosco, Dorival Caymmi, MPB 4, Sérgio Ricardo, Jards Macalé e Marlui Miranda, entre outros. Um disco bem bacana, uma pena que eu não o tenha mais. E assim foi. Já no final dos anos 70, o meu barato era outro: fuçar as rádios e gravar as músicas em fitas K-7… uma espécie de hacker das antigas, fazendo downloads via rádio (risos). Nessa época, lembro que eu escutava direto a fita K-7 original do Dia Em Que A Terra Parou do Raul Seixas. Só mesmo na década de 80 é que comecei a investir nas bolachinhas. Só não poderia imaginar que me tornaria um colecionador compulsivo de discos e um freqüentador constante de sebos empoeirados.

 

2. Quando e onde você comprou seu primeiro disco?

Marco: É engraçado que grande parte dos colecionadores consegue lembrar do primeiro disco que adquiriu. Eu tenho dúvidas. Acho que o primeiro que eu comprei com a minha grana foi uma coletânea do Raul Seixas chamada O Melhor de Raul Seixas lançada pela WEA, em 1981. Em qual loja foi, sinceramente não me recordo. Já no formato CD, lembro que foram cinco aquisições de uma só vez: o Hips Of The Tradition do Tom Zé; o Live MCMXCIII do Velvet Underground em edição dupla; o Are You Experienced? de Jimi Hendrix; o Exile On Main Street dos Rolling Stones; e o Bongo Fury do Zappa. Isso foi em 1993, época em que já comprava muitos LPs me aproveitando um pouco da onda que dizia que o vinil havia se tornado obsoleto com o surgimento do CD. Bons tempos aqueles onde, nadando contra a corrente, acabei comprando alguns lotes de vinis por preços bem camaradas. Ao mesmo tempo já ia me habituando com o termo “falência” freqüentando as lojas da Galeria do Rock, a Eric Discos, a rua dos discos na Praça Benedito Calixto e a saudosa Nuvem 9 que ficava perto de onde eu morava.

 

3. Qual o momento melhor de um colecionador e sua coleção?

Marco: Acho que são dois os momentos de glória de um colecionador comum. Um deles é quando ele se encontra em seu habitat natural, ou seja, enfurnado em um sebo, garimpando os discos que a tanto tempo procura. Vasculhar lotes com “novidades” e encontrar preciosidades do arco da velha, não tem preço. O outro grande momento é justamente quando o colecionador – no aconchego do seu “antro bolha” – passa a escutar as novas aquisições. E comigo esse processo de audição é bem demorado já que fico um bom tempo rodiziando alguns discos e escutando os mesmos várias vezes. Procuro não só absorver a maior quantidade de informações sonoras, como também observar minuciosamente a arte gráfica das capas e dos encartes, assimilar a formação das bandas, fazer associações com outras agremiações, colher informações referentes àquele disco e sei lá mais o quê. Além disso, tenho outro costume: se adquiro um disco do Allman Brothers, por exemplo, lá vou eu escutar os outros discos do grupo que já possuo na coleção. E como geralmente eu compro muitos discos numa mesma leva, acabo demorando meses para ouvir todas as novas aquisições. Para se ter uma idéia, estou com mais de 170 LPs que ainda não dei ouvidos, muito por conta desses meus hábitos tradicionais. É a prova definitiva de que não passo de um bolha rastejante conta-gotas. Que dureza!

 

4. Qual (is) grande (s) álbun (s) de sua coleção, me refiro aos seus prediletos, ou isso não existe para você?

Marco: Caramba, isso é muito difícil de responder. Eu procuro dar atenção a todo tipo de música e coleciono discos de estilos diversos. Como estou sempre adquirindo novos itens para a coleção, novidades surgem aos montes e as preferências se alternam dia após dia. Geralmente essas escolhas recaem sobre os nossos discos de estimação, mas podem também sugerir aquilo que estamos escutando com maior regularidade no momento. Esse lance de “prediletos” lembra aquela famigerada pergunta “quais discos você levaria para uma ilha deserta?”. Pois bem, para não ficar em cima do muro, vai aí uma lista com 10 discos bem bacanas, alguns já bem conhecidos dos bolhas de plantão:

* Frank Zappa – Hot Rats

* Captain Beefheart & His Magic Band – Shiny Beast

* Savoy Brown – Raw Sienna

* Jeff Beck – Blow By Blow

* Paul McCartney – Raw

* Rolling Stones – Let It Bleed

* Gentle Giant – Acquiring The Taste

* James Brown – The Payback

* Demon Fuzz – Afreaka!

* Jorge Ben – A Tábua de Esmeraldas

É só uma pequena amostra de alguns discos que eu não me canso de escutar. Na verdade, eu acho impossível selecionar uma quantidade tão pequena dos “meus discos prediletos”. Ficaria mais fácil se a pergunta fosse “quais os seus mil discos prediletos”. E com certeza outros cinco mil ficariam de fora (risos).

 

5. Marco, qual estilo você considera como o mais relevante em sua coleção? Por que?

Marco: Sinceramente, não saberia dizer. Sou eclético pacas, escuto todos os estilos musicais e curto com a mesma intensidade tanto o blues quanto o soul, o funk, o jazz, o rock ou a MPB. É um leque que incluí não só bandas e artistas clássicos, como as mais obscuras agremiações; engloba sons de décadas passadas e também as últimas novidades musicais. Dentro dessa perspectiva, acho relevante não só os meus discos do Black Sabbath, Deep Purple e Motörhead, como também os álbuns de Miles Davis, John Coltrane e Aretha Franklin; são de grande valor os discos do “setor negão” (Mandrill, Nite-Liters ou The Meters) como também são essenciais os discos do Tom Zé, Jards Macalé ou Itamar Assumpção; são fundamentais os álbuns do Wilco, Josh Rouse e The Flaming Lips, bem como os plays do Soft Machine, King Crimson ou Pink Floyd. Portanto, acho que todos os gêneros musicais que marcam presença na minha coleção merecem a devida consideração. O mais importante é não estabelecer limites para a música e escutar de tudo, sem preconceitos. Mesmo porque, em qualquer segmento musical, dá para encontrar os bons sons.

 

6. Alguma vez você foi ‘impedido’ de comprar algum disco devido à uma discussão com pais e/ou esposa?

Marco: Que é isso, Fabião. Tá me estranhando? (risos) Quanto a isso sou vacinado. Pago minhas contas – nem sempre em dia, é verdade – e não tem ninguém que me impeça de comprar discos, ainda mais quando o custo-benefício vale a pena. Na verdade, tenho um valor limite para pagar em um único disco e dificilmente cometo loucuras. O máximo que já paguei em um LP foi a quantia de 200 reais, gastos recentemente com a aquisição do disco Cilibrinas do Éden, primeiro projeto solo de Rita Lee pós-Mutantes, ao lado de Lúcia Turnbull. Gravado em 1973 para o selo Philips, trata-se de uma raridade nunca antes lançada oficialmente, e que só em 2008 saiu com tiragem limitada de 500 cópias. A tendência é que o play se valorize cada vez mais com o passar dos anos. Há poucos meses, consegui também o primeiro LP do Trio Mocotó intitulado Muita Zorra! São Coisas Que Glorificam a Sensibilidade Atual!, de 1971, e que se não me engano nunca foi lançado em formato digital. O valor com desconto ficou em torno de 170 dinheiros, mas como comprei mais de 40 discos na mesma loja, o preço na média caiu para 60 reais. Não deixa de ser uma nota preta, mas quem coleciona e conhece do riscado sabe que esse disco vale muito mais. Não vou dizer que essas compras exageradas e com valores “salgados” não inquietam a minha esposa, por exemplo. Mas vou fazer o quê? Ninguém mandou ela casar com um bolha de carteirinha como eu (risos).

 

7. Como você cuida de sua coleção?

Marco: Guardo os vinis e os CDs em estantes separadas que ocupam duas paredes inteiras de um quarto que apelidei de “canto bolha”. Os LPs estão todos com plásticos protetores internos e externos, armazenados em posição vertical. Tenho preferência pelos LPs originais em bom estado, mas não dispenso uma reedição bacana. Cultivei o hábito de só comprar discos importados, salvo quando são álbuns de artistas nacionais. Dos discos de música brasileira só vou atrás dos originais, afora raríssimas exceções. Tanto os LPs quanto os CDs separo por estilos, em ordem cronológica, mas não em ordem alfabética – tática que está ficando preocupante já que outro dia demorei quase 5 minutos para encontrar o meu play do Cosmic Travelers (risos). Bom, quando compro algum vinil muito sujo, costumo lavá-lo em água corrente com sabão neutro ou de coco. Quando o disco está sujo superficialmente, prefiro limpá-lo passando uma flanela umedecida com uma solução 20% álcool, 80% água. Mas a primeira opção é a mais indicada, só tendo o devido cuidado para não molhar o selo. É importante também ter um toca discos decente e claro, trocar as agulhas periodicamente. Isso ajuda a preservar estas verdadeiras antiguidades vinílicas. Enfim, procuro cuidar da minha coleção com todo carinho e atenção, sempre alimentando as prateleiras com títulos que façam a diferença.

 

8. Você ainda procura muitos álbuns dos quais precisa ter? Se sim, quais seriam? Liste os mesmos.

Marco: Acho que todo colecionador está sempre atrás de algum item especial para incrementar a sua coleção, uma raridade difícil de se conseguir, um play com edição limitada ou quem sabe aquele bootleg nunca antes visto. O colecionador é aquele que busca ter algo diferenciado no seu acervo e comigo não é diferente. Pode ter certeza que continuo buscando aqueles discos que habitam os meus sonhos há tempos. E a lista é grande! Se fosse citar todos, eu ocuparia um espaço imenso nesta entrevista. Mesmo porque, não vou negar que tenho atirado para todos os lados diante de tanta música boa que foi e continua sendo produzida na face da Terra. Só para citar poucos exemplos, ando à caça de alguns álbuns de Harvey Mandel, Keef Hartley Band, Don ‘Sugar Cane’ Harris, Brian Auger’s Oblivion Express, Frankie Miller, The Aynsley Dunbar Retaliation, Cuby + Blizzards, Edgar Broughton Band, os discos com o selo “swirl” da Vertigo que eu ainda não tenho e outros mais, só para ficar na esfera do rock obscurantista das antigas. Mesmo álbuns de bandas clássicas como os Beatles, Stones, Kinks ou Who, ainda faltam títulos na minha coleção. Sem falar do que ando atrás em todos os outros gêneros musicais. Haja falência! Mas o grande barato de colecionar discos é saber que a fonte nunca vai terminar. Costumo dizer que se chegar aos 70 anos, não serei nada mais que um velho caquético, rastejando pelos sebos em busca do bootleg perdido (risos).

 

9. Qual sua última grande aquisição?

Marco: Em CD foi o duplo Wazoo de Mr. Zappa que eu já procurava desde o seu lançamento, em 2007, e não o encontrava de jeito nenhum. Finalmente o achei numa loja da Galeria do Rock. Em LP foram várias grandes aquisições já que, recentemente, comprei um lote com mais de 100 discos, quase todos em edições originais. Vai aqui uma listinha com algumas das aquisições: os dois primeiros do Electric Flag (bandaça de soul psicodélico que contava com o batera Buddy Miles e o guitarrista Mike Bloomfield); o Happy Together e o It Ain’t Me Babe dos Turtles (selo White Whale); os três do Buffalo Springfield (outra bandaça que contava com Steve Stills e Neil Young); o Inspiration Information do Shuggie Otis; o Choice Cuts do Pure Food and Drug Act (projeto que contava com o guitarrista Harvey Mandel e o violinista Don ‘Sugar Cane’ Harris); o primeirão do Frijid Pink; o For Real do Ruben and the Jets (produzido pelo mentor do grupo, Mr. Zappa); vários plays do Parliament e do Funkadelic; muitos discos de jazz e black music e alguns de rock portenho também. De música brasileira, peguei o primeirão do Trio Mocotó, dois de Dom Salvador (um deles o Som, Sangue e Raça com o grupo Abolição), o Ataque do grupo Catedráticos (com o jovem Eumir Deodato), o primeiro da violonista Rosinha de Valença, a trilha sonora da novela O Rebú da Globo, composta por Raul Seixas e Paulo Coelho e por aí vai. Comprei um lote realmente sensacional, só com discos em estado impecável. Estou falido, é verdade, mas ao menos a dispensa está guarnecida para eu me alimentar dos bons sons pelo menos até o próximo inverno.

 

10. Qual sua opinião sobre o embate downloads x cds x vinis?

Marco: O download gratuito é uma ferramenta que favorece aqueles consumidores de música que se sentiam explorados pelos altos preços praticados pela indústria fonográfica. O problema é que com essa febre de baixar arquivos de modo desenfreado, o povo perdeu o hábito de comprar discos e desta forma, aplicou um golpe mortal na indústria da música. Agora discografias completas podem ser armazenadas em um arquivo fuleiro qualquer. Não existe mais a essência do produto original, aquele conceito histórico por trás de uma obra discográfica, as capas impactantes, os belos encartes contendo fotos, letras e informações da banda… ficou tudo banalizado! O resultado é que gravadoras, revistas de música e lojas de discos estão agonizando. E o pior é que ninguém sabe ao certo o que virá depois disso. É um assunto bastante complicado. Eu baixo discos e tenho um blog onde faço resenhas, coloco vídeos e disponibilizo links para downloads. Acho que os blogs de MP3 são importantes para as pesquisas musicais, para o internauta conhecer álbuns de grupos de décadas passadas ou mesmo o trabalho de novas bandas da cena underground, por exemplo. Para mim pelo menos funciona assim. Se eu baixar e gostar do som, o disco entra automaticamente na minha lista de novas aquisições. Se todos os “downloadeiros” comprassem um CD de vez em quando, com certeza o mundo seria melhor.

Aliás, disponibilizar discos para download gratuito tem sido a tática de muitas bandas independentes que, desta forma, divulgam o seu trabalho e atraem um público maior para os seus shows. Por outro lado, é compreensível o incômodo por parte daqueles artistas que já passaram dessa fase “underground” e hoje estão batalhando a auto-sustentabilidade. Alguns deles – que eram a favor e agora são contra os downloads gratuitos – alegam que essa prática tem os afetado financeiramente. E o que dizer dos pilantras que “queimam” CDs na Web e depois vendem os discos piratas na rua? Enfim, esse embate download x CD é um assunto que dá pano pra manga. De qualquer forma, no ano passado, uma boa alternativa surgiu quando a gravadora Trama e o cantor Tom Zé lançaram “o primeiro álbum virtual do mundo”. Segundo consta, o álbum é grátis para o público (via download), mas remunerado para o artista. Ambos lucram com a publicidade veiculada no site da empresa. Não deixa de ser interessante. Mas vamos aguardar para ver se a indústria se reorganiza em novos moldes, já que é o futuro da música que está em jogo.

 

11. Sobre qual coleção você pensa: eu queria ser esse colecionador! Ou isso não existe?

Marco: Coleção é algo muito particular e cada um coleciona aqueles discos que lhe convém. Tem colecionador que só adquire itens de determinada banda, outros só álbuns de determinado estilo, muitos compram o mesmo álbum com prensagens de países diversos. Comigo é diferente. O meu barato é colecionar boa música seja ela de qual gênero for. E não compro mais do que uma cópia de um mesmo disco. Só abro exceções para álbuns que apresentam capas diferentes como o Band of Gypsys ou o Electric Ladyland do Hendrix, o Street Survivors do Lynyrd Skynyrd, o Tons Of Sobs do Free ou o primeiro do Spooky Tooth, por exemplo. Outro fator que não vejo problema é ter o mesmo disco em CD e vinil. Fora isso, acho um desperdício. O que me atrai numa coleção não é a quantidade, mas sim a qualidade e a diversidade dos títulos. Eu ainda estou longe de ter todos os discos que quero, mas estou contente com os discos que já consegui para a minha coleção. Enfim, cada um com as suas coleções, manias e predileções musicais.

 

12. Liste alguns colecionadores e sua opinião sobre eles, se possível mencionar esses nomes…

Marco: Quando se fala em grandes colecionadores de discos aqui do Brasil, aqueles com quantidades absurdas de LPs e CDs, logo me lembro do Kid Vinil, do Ed Mota, do Roberto Maia, do Regis Tadeu ou do Luiz Calanca da Baratos Afins. São 5 bons exemplos de colecionadores compulsivos e ecléticos como eu. Sigo a mesma vibe, mas sei que ainda preciso falir muitas vezes para obter pelo menos a metade da quantidade de discos que essa turma possui. Quem sabe um dia eu chego lá! (risos)

 

13. O que acha sobre os relançamentos de discos de vinil no Brasil?

Marco: Se você se refere ao pacote da Sony – que soltou no mercado uma série chamada “Meu Primeiro Disco”, contendo o primeiro LP de alguns artistas do seu cast – eu sinceramente acho que foi uma pisada na bola. Não pela bela iniciativa da gravadora em relançar discos nacionais em edições limitadas, com um novo projeto gráfico, boa gramatura e som remasterizado (incluindo um CD com faixas extras). Mas sim pelas escolhas equivocadas de algumas dessas estréias. Pagar 90 reais no primeiro play do Vinícius Cantuária, do Inimigos do Rei ou do Engenheiros do Hawaii, sendo que posso encontrá-los facilmente nos sebos pela bagatela de 1 real, é algo surreal. Nem a prensagem gringa, nem a inclusão do CD original no pacote, justificam um preço tão salgado, ainda mais por se tratar de álbuns muito fracos. De bom mesmo nessa primeira leva, os relançamentos dos primeiros LPs de João Bosco e do Chico Science & Nação Zumbi, que eu gosto bastante e até tenho os originais.

Já que a Sony é detentora dos acervos das antigas CBS, RCA e Columbia, acho que os executivos da gravadora poderiam fazer um esforço e lançar álbuns mais significativos de seu catálogo como alguns de Baden Powell, Raul de Souza, Eumir Deodato, Banda Black Rio, A Cor do Som, Milton Nascimento, Roberto Carlos, Renato & Seus Blue Caps, Luiz Gonzaga e tantos outros. De qualquer forma, se o valor cobrado pela Sony for mantido, ficará bem acima dos praticados com relação aos originais. Aí não tem colecionador que banque mais um fiasco da malfadada indústria fonográfica. Para finalizar esse assunto, a Polysom – última fábrica de vinil do país e que havia fechado as portas há dois anos – se prepara para retornar em breve através da gravadora DeckDisk. A volta da fabricação de discos no país é muito bem-vinda e a promessa é que a prensagem seja de alta gramatura e que custe bem menos que os discos fabricados no exterior. Tomara que bons lançamentos surjam nessa empreitada para o bem dos aficionados pelo bom e velho vinil. Vamos aguardar!

 

14. Quais publicações você lê e que acha importantes para um colecionador?

Marco: Pra falar a verdade, ultimamente só tenho lido a poeira Zine do brother Bento Araújo e a Rolling Stone Brasil, que é uma revista que fala não só de música como também de política, TV, cinema e comportamento geral. Das publicações voltadas para a música, vez ou outra dou uma folheada nas revistas Roadie Crew, Jazz +, Mojo, Uncut ou na Record Collector, isso quando as encontro. Também gosto de ler as biografias de bandas e músicos. As últimas que eu li foram a autobiografia do Eric Clapton; A Dramática História de Uma Lenda Do Rock, de Sharon Lawrence, sobre Jimi Hendrix; e a do Tim Maia, narrada por Nelson Motta no livro Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia – todas sensacionais. Tem o livro 1001 Discos Para Ouvir Antes De Morrer, de Robert Dimery , uma bíblia de 960 páginas com fotos e resenhas escritas por diversos jornalistas e críticos musicais espalhados pelo mundo. O livro abrange um período da música que vai de 1955 até os dias de hoje, numa seleção dos “álbuns mais inesquecíveis de todos os tempos”. Apesar de discordar de muitas indicações e sentir falta de vários outros discos entre os 1001, acho que vale o investimento. Agora se você é mais um daqueles colecionadores obcecados por raridades discográficas espalhadas pelo planeta, os catálogos da Record Collector Dreams, editados pelo colecionador austríaco Hans Pokora, são altamente recomendáveis.

 

15. Quais projetos você tem envolvendo o colecionismo de discos? (blogs, comentários/artigos em revistas, sites, comunidades em sites de relacionamento, livros etc)

Marco: Projeto envolvendo o colecionismo só o que se refere a ter uma cópia de cada disco já lançado no planeta (risos). Brincadeira! Esse projeto aí já tem dono: é do amigo, colecionador e lenda dos sebos que atende pelo nome de Elvis. Maiores detalhes você encontra no documentário Nuvem 9 – O Filme, produzido por Paulo Beto, que é no mínimo sensacional! De minha parte, entre uma audição e outra, decidi criar um blog chamado Sinister Salad Musikal, justamente para socializar aquilo que escuto em casa. Apesar de ser preguiçoso pacas para atualizar a bagaça, ainda assim coloco lá meus textos, vídeos e links para download de discos. Também sou colunista da Collector’s Room ( http://www.collectorsroom.blogspot.com/ ), editado pelo brother Ricardo Seelig, vulgo Cadão. Lá você encontra matérias de colecionadores e jornalistas falando sobre uma das nossas grandes paixões: a música! Castiga!

 

16. Qual sua mensagem aos colecionadores e à nova geração dos mesmos? Últimas considerações…

Marco: Acho de vital importância que os colecionadores e apreciadores de musica em geral estejam atentos a todas as vertentes musicais, tentando de certa forma ampliar o seu território musical. Escutem metal e hard rock, mas dêem ouvidos ao jazz, ao fusion, por exemplo. Se vocês acham que só as bandas de décadas passadas é que prestam, procurem se inteirar do que está acontecendo ao seu redor em termos de novidades musicais. Existem muitas bandas descartáveis, é verdade, mas tem outras tantas altamente recomendadas. Não ficar preso a um único estilo ou apenas à música do século passado é o segredo para descobrir novas perspectivas musicais. É isso aí, está dado o recado. E quero agradecer a você Fábio pelo convite e pela oportunidade de mostrar um pouco da minha coleção. Valeu! Um forte abraço.

68 thoughts on “ENTREVISTA BLOG A MUSICALIDADE

  1. Que coleção fenomenal!!! Você tem algumas dezenas de discos que eu adoraria ter. Babei na gravata!!!

  2. Cara,simplesmente uma das melhores coleções de vinil que eu já vi!
    Minha coleção(óbviamente beeem menor que a sua) segue a mesma linha eclética.
    Novamente parabéns pela incrível coleção e boa sorte na garimpagem!

  3. Cara diz aí pra me tranquilisar que aquela foto só com discos do ZAppa é uma ilusão de ótica !! PQP Perdi atéo sono !!!!! fANTÁSTICO !!!!!!!!!

  4. Banco del Mutuo Soccorso, GG, VDGG, Area, Museo Rosenbach, Magma, PFM, Can, Gong, KC… caralho, que inveja da porra!

  5. Pô, valeu aí galera!
    Pelos links que chegam dá pra notar que, nas últimas horas, os bolhas das comunidades “Disco de Vinil”, “Rock Progressivo”, “poeira Zine” e “Viva o Vinil MTV” compareceram em peso aqui no Sinister. Super bacana!
    E Gabriel, sinto muito mas a foto não é ilusão de ótica. Isso é só uma parte da minha coleção de LPs do Zappa. Castiga! (risos)
    Abraços

  6. nossa véio,,quanta coisa rara na sua coleção,se der bobeira fico horas vendo sa capas maravilhosas.eu tenho 22 anos e começei minha coleção aos 16 depois.herdei discos do meu pai e daí´que hoje viciei,,tenho aprox.340 discos e prertendo naõ para mais de colecionar.meus amigos dizem que sou maluco por gastar dinheiro com discos,mas eu ignoro esses manés que náo sabem dar valor ao glorioso vinyl.véio,parabéns pela bela coleção e por valorizar a arte de colecionar discos.grande abraço1

  7. Belíssima coleção Marco.

    E pensar que eu tinha mais de 1200 discos e vendi tudo por uma mixaria. Se arrependimento matasse…

    Parabéns!!
    Marcio Rodrigues

  8. Nossa!! Fiquei realmente admirado com as fotos da sua coleção. Já pensou em abrir uma loja? rsrsrs

    A entrevista ficou da hora, bem descontraída e engraçada em algumas partes. Parabéns pelo bom humor e conhecimento musical. O blog é matador e já adicionei aos meus favoritos.

    Um abraço e feliz 2010!

  9. Pôxa, pessoal! Valeu mesmo pelos comentários e pela visita de todos vocês ao meu blog.
    Não sou nada mais que um bolha rastejante e falido. (risos)
    Abraços

  10. Marco, a sua coleção de discos é simplesmente maravilhosa. Observando as fotos percebo que organização e bom gosto musical é o que não falta para você. Parabéns, a entrevista ficou ótima.

  11. Just want to say what a great blog you got here!
    I’ve been around for quite a lot of time, but finally decided to show my appreciation of your work!

    Thumbs up, and keep it going!

    Cheers
    Christian, Satellite Direct Tv

  12. coleção impressionante, já adicionei seu blog em favoritos.
    interessante como você tem “apenas” 40 anos e gosta dessas coisas, tenho 55 e achava que eram do “meu tempo”
    por favor continue postando os links da coleçao
    um abraço, e novamente muito obrigado

  13. desculpe-me, incomodando novamente, senti falta de alguns grateful dead em sua listagem, ainda mais que sua página inicial é o maravilhoso blues for allah.
    se puder poste alguns raros

    obrigado

  14. Opa! Legal que você curtiu o blog, Ricardo. Seja bem-vindo ao “clube bolha”. hehe
    Pô, é mesmo… ainda não postei nenhum disco do Grateful Dead. Que vacilo! Mas pode apostar que isso não demora a acontecer.
    Abração

  15. grande marco – minhas congratulaçoes pela estupenda coleção – rendo-te louros – gostaria de saber se manter o blog anda complicado – pois o ricardo da collector conseguiu uns compadres para dar aquela força – no mais grande abraço – vida longa –
    hernani valoz

  16. Hernani, obrigado pelo “estupenda coleção”. O negócio aqui é manter a falência sempre em dia hehe… castiga!
    Editar o blog dá um trabalho do cão, ainda mais agora com o lance de fotografar meus discos. Mas tá valendo! Também faço periodicamente uma “faxina” no blog para repor os vídeos que foram retirados do Youtube. No mais, a gente vai tocando o barco.
    Agradeço a visita e quando quiser postar qualquer comentário, fica à vontade.
    Abração

  17. caramba cara.. muito boa a coleçao que voce tem.. onde voce acha tanto sebo pra comprar isso tudo?Rsrs

  18. Fala Lucas!
    Como já disse, são anos e anos de falência. Muitos dos sebos que eu frequentava, infelizmente já não existem mais. Ainda bem que muitos outros sebos resistem à onda de downloads e seguem na ativa, fazendo a alegria de bolhas como eu. Aqui em Sampa, tô de boa!
    Valeu!
    Abração

  19. Parabens, pois mesmo o que a gente considerava ruim, nos leva àqueles versos “eu era feliz e não sabia”, e fico satisfeito de saber que alguem preserva essa musicalidade, que considero um verdadeiro patrimônio. Vá “jogando na internet” para nós, que ficamos catando nossos esquecidos artistas, de A a Z, independente de estilo.

    José Carlos
    São José do Calçado-ES

  20. Valeu, José Carlos!
    Eu sou um “bolha” das antigas, gosto principalmente do som das décadas de 60 e 70, mas sou daqueles que ainda encontram bons motivos para pesquisar a música destes novos tempos. Tem muita coisa boa rolando por aí, e claro que não estou falando de Restart, Luan Santana, Rebolation, Justin Bieber, Jonas Brothers e outras aberrações do tipo. Infelizmente, são poucos os que seguem a trilha das pesquisas e das novas descobertas musicais de qualidade. Somos minoria neste mundo cruel! hehe Mas deixa pra lá, tem gosto pra tudo, não é mesmo!
    Bom, vou lá escutar o novo do Pata de Elefante e já volto. Castiga!
    Abraços

  21. Marco, parabéns pela coleção. Eu tenho guardado alguns exemplares comprados na decada de 60/70, não chega da ser uma coleção mas guardo com muito carinho.

  22. Valeu Paulo!
    Legal você falar dos seus discos, só fiquei curioso em saber quais são esses LPs e de quais bandas… sabe como é, coisa de bolha rastejante hehe. Mas tá valendo! Obrigado pela visita e apareça aqui quando quiser.
    Abraço

  23. Valeu Paulo e Federico!
    Paulo, vai ser difícil este bolha sinistro parar de comprar discos, e prova maior é que as “falências” continuam a pleno vapor por aqui. E também não penso em parar de postar los discos sinistros aqui no blog, pelo menos enquanto eu tiver paciência e disposição pra isso. É isso aí, cambada de bolhas.
    Abraços

  24. Mauro, The Ventures é uma bandaça. Com certeza eu tenho discos da banda na minha coleção, alguns deles já publicados aqui no Sinister. Ô loco, você tem 350 CDs dos Ventures? Caramba, sua coleção deve ser uma belezinha. Eu até gosto dos CDs, mas confesso que nos últimos anos tenho comprado quase que exclusivamente LPs. CDs, só vou atrás de alguns lançamentos ou edições comemorativas. Se por acaso você tiver algum vinil dos Ventures para troca ou venda, me mande um e-mail com os títulos que eu agradeço. De qualquer forma, valeu pelo comentário.
    Abraço

  25. Cara, que blog do cacete! E existe há um bom tempo! Encontrei o Sinister completamente por acaso. Estava à procura da imagem da capa do disco Blues For Allah, do Grateful Dead, para uma ilustração de um trabalho e cai aqui, já que ela ilustra o cabeçalho do seu blog. Gastei pelo menos uma hora e meia passeando pelo seus posts, entrevistas, links. E que coleção fenomenal!!! Muito bacana você compartilhar todo esse acervo e conhecimento. Ajuda a fomentar essa nossa “mania” e a torná-la produtiva para outros que também a curtem, enfim uma forma positiva de motivar.
    Digo isso porque também sou um humilde colecionador de Juiz de Fora, nas Minas Gerais. Minha praia, embora o mar esteja um pouco longe daqui, é mais rock, mas tenho alguma coisa de jazz, clássico e MPB. Atualmente concentro minhas atenções e buscas em CD, mas como sou da velha guarda, tenho muito vinil, pois não me desfiz de nem um item sequer com o advento da digitalização. Ao todo tenho pouco mais de 2500 itens entre CD e Vinil (mais CD), tudo catalogadinho. Não sou colecionista (pelo menos acho que não, mas alguns “sintomas” mostram o contrário), apenas adquiro aquilo que gosto e gosto cada vez mais. Hoje sou aficcionado pelas edições especiais, de luxe, boxed sets, etc. Também sou leitor e seguidor da primeira hora da Poeira Zine e me lembro de ter lido sua entrevista em uma das edições. Tenho até um bom contato virtual com o Bento e acalento um sonho de integrar o staff da Poeira Trips em algum show fora do Brasil, como ocorreu há dois anos no New Orleans Heritage Jazz Festival. Costumava cumprir vias sacras por lojas de discos em Porto Alegre, Rio e Sampa. Me sentia num verdadeiro habitat natural quando fazia incursões pela Galeria do Rock. Hoje minha garimpagem é mais pela internet, mas não deixo morrer o prazer de frequentar lojas físicas e comprar nelas para ajudar a mantê-las vivas.
    Cara, desculpe me prolongar demais. Me empolguei. Voltarei outras vezes e prometo me conter. Paraéns, de novo, por este nobre espaço. Nota Mil.
    Marcos, seu quase xará (por uma letra)

  26. Fala Marcos!
    Muito legal ler o seu comentário e saber que você curtiu as entrevistas e as postagens sinistras. Seja bem vindo ao clube dos bolhas.
    Pois é, o blog completa 5 anos de vida em outubro, e entre uma resenha e outra, decidi criar a seção Sinister Vinyl Collection que é uma espécie de catálogo on line com os LPs da minha coleção. Estou longe da meta de publicar todos os discos que tenho, mas espero que um dia eu consiga atualizar esta bagaça, postando então somente as últimas aquisições. O caminho é longo, vamos ver se eu aguento a bronca.
    Pô, a poeira Zine é sensacional, assim como o Bentão que é muito gente boa e sabe tudo sobre os bons sons. Conheço o figura desde os tempos em que ele trabalhava na saudosa Nuvem Nove. E tô sabendo que esse ano rola outra Poeira Trips… vamos ver o que vem por aí!
    Também me sinto no habitat natural quando estou dentro de um sebo ou numa loja de discos… é o paraíso, hehe.
    E não se acanhe: sempre que quiser postar qualquer comentário, fica à vontade que o blog é nosso e ninguém tasca. Valeu, brother!
    Abração

  27. Linda coleção . parabens
    eu tenho uns 900 discos, estou com inveja de vc kkkk
    do roberto carlos eu tenho 40 lps !!!

  28. Valeu, Humberto!
    Pô, 900 discos é um número considerável. O que é legal é ter uma coleção com os discos que a gente realmente gosta, e não só para encher prateleiras.
    Caramba, você tem 40 discos do Robertão? Parabéns! Eu devo ter pelo menos uns 10 LPs dele na minha coleção, mas ainda faltam alguns álbuns bacanas que eu gostaria de ter. Na verdade, eu curto os discos do rei até 1978, depois eu acho que ele deu um queda acentuada na qualidade das composições e dos arranjos. Mas tá valendo!
    Obrigado pela visita e apareça aqui no blog sinistro quando quiser.
    Abraço

  29. coleciono discos de blues. tenho uns 450 + uns 200 dvd`s. Só lamento não ter mais tempo pra curtir mais minha coleção. seu blog é excelente.

  30. Legal, Raimundo. 450 discos só de blues e mais 200 DVDs é uma coleção de respeito. Parabéns pela dedicação “bolha”.
    Eu fico contente que a cada dia, mais e mais pessoas passam a se interessar pelo velho bolachão. Tem aqueles que já foram colecionadores, se livraram dos LPs na época em que os CDs estavam em alta e agora, arrependidos, voltaram a comprar vinis. Tem também uma galerinha mais jovem, adolescentes mesmo, que conheceram recentemente a “novidade” e viraram adeptos de carteirinha do som analógico.
    Se por um lado isso é legal, por outro é nocivo dada a super valorização dessa mídia, fazendo com que os discos sejam vendidos por valores absurdos – tanto os mais comuns, como as raridades que chegam a custar os olhos da cara. Mas eu não desisto e sigo na batalha, procurando e comprando LPs por preços justos. É o mínimo que podemos fazer, não é mesmo?
    Abração

  31. você cataloga sua coleção? gostaria de fazer um catálogo com a minha, principalmente para mostrar aos amigos quais itens possuo. o problema é que não sei por onde começar. existem regras para catalogar discos? já procurei na internet programas de catalogação, porém não gostei de nenhum.

  32. Opa, Raimundo!
    Desculpe a demora em responder a sua pergunta, mas ando numa correria danada, tanto é que nos últimos dias nem tive tempo de atualizar o blog sinistro com novas publicações. Mas peguei este final de semana para tirar fotos de LPs e já estou editando os artigos para postá-los na sequência.
    Bom, na verdade eu criei esse blog para escrever resenhas e para socializar minha coleção de discos numa espécie de catálogo virtual. Tentei fazer algo parecido no Rate Your Music, mas não gostei do resultado final. Aqui coloco fotos reais dos meus discos, posso adicionar informações e vídeos do jeito que eu quero. Por enquanto, só cliquei um terço da minha coleção e sei que tenho muito trabalho pela frente, pois continuo comprando discos todos os meses.
    Eu também bolei uma planilha Excel, subdividida em pastas, onde separo os discos por gênero musical, contendo o nome das bandas e dos artistas, o título e o ano de lançamento dos álbuns, e se o play é importado ou nacional. Também anoto o número total de LPs importados, o total de LPs com prensagem nacional e também o total de títulos que englobam a música brasileira. Pela planilha consigo me organizar melhor e ter um controle do tamanho da coleção sinistra. É issso, m’ermão! Quando quiser postar qualquer comentário, fica à vontade.
    Abraço

  33. Bela Matéria,parabéns pelo acervo meu amigo, Bela coleção do Zappa… pirei nos lps prog. e jazz fusion.
    Víque tens o Museo Rosenbach, disco maravilhoso! recentemente comprei no ML a edição original em vinil selo Ricordi do Museo Rosenbach e do Cervelo, junto com estes lps mais um lote do selo BRAIN todos importados, foi o achado do ano uma barbada R$ 14,00 cada um e em perfeito estado de conservação. Abraço,Marco.

  34. Valeu, xará. Tenho muitos discos para postar ainda, vários do mestre zappatista e uma porrada de jazz fusion e rock progressivo. O desafio é atingir a meta de publicar todos os LPs da minha coleção… sinceramente, não sei se vou alcançar esse objetivo, pois ainda falta fotografar 2/3 de tudo o que tenho, fora as novas aquisições. Ou seja, tô ferrado!
    Opa! O selo Brain abriga bandas sensacionais, eu mesmo tenho vários LPs com esta estampa. Parabéns pelas aquisições. Hoje em dia, onde até um disco do Mamonas Assassinas é considerado “raro”, descolar um lote desses por um preço pra lá de camarada – e ainda no Mercado Livre, onde valores absurdos são frequentes – é pra festejar com uma overdose de bons sons. Castiga!
    Abraço.

  35. Meu caro Marco

    Se com a entrevista muito interessante da poeira zine já fiquei impressionado, então com esta ao Blog da Musicalidade fiquei completamente fascinado com as tuas palavras, mensagens e com os teus discos.

    Também eu cada vez mais alargo os meus horizontes musicais, que estão sem limites e tentanto absorver toda a boa música.

    Muitos parabéns pelo teu magnífico blog Sinister Salad, um autêntico serviço público de qualidade.

    Um forte abraço de Portugal!

    P.s. – Marco, se precisares de alguma coisa daqui não hesites em perguntar.

    Rui

  36. Muito agradecido pelas suas palavras, Rui Martins! 🙂
    Ando meio atarefado e naquela correria diária, mas sempre procuro estar atualizando o blog sinistro com novas postagens. Eu queria estalar os dedos e publicar instantâneamente todos os discos da minha coleção, mas como isso é impossível, então vamos no compasso deste bolha sinistro caquético e rastejante, hehe.
    Ah, seu site é muito bacana, contém muitas informações sobre música, discos e matérias com colecionadores. Parabéns! E obrigado por disponibilizar o link do Sinister Salad Musikal nos sites recomendados.
    Valeu, meu caro. Qualquer coisa, estamos aí.
    Abração

  37. I suppose I could try to translate some of the posts here but that could take a while. Instead I simply wonder how someone from another culture could find an interest in music as diverse as John Hartford (and I did not even try to explore all of the incredibly vast musical sources you have accessed). I am amazed!

    FYI, I simply was searching for an obscure reference to the song Railroad Street (if you know, I believe his lyrical insult about the Davidson County Flash was a direct reference to Glen Campbell.

  38. I have two suggestions that might expand your horizons beyond their present extant. The first is a concert I would consider severing an appendage to attend. This youtube link is from the American Soundstage series in 2006 and is a truly mind blowing ensemble revolving around bassist Bill Lazwell.

    The second is one that goes down a very different path, but is one I am quite happy to have traveled. There is also a Brazilian connection to this one. Let me know what you think.

    Good listening.

  39. Thanks for accessing the Sinister blog. As you can see, I am very eclectic, I like obscurity and classics, and many musical strands. I like rock, soul, jazz, blues, folk… and few people know John Hartford here in Brazil. I love it, I have other records of him. Nice!

  40. Thanks for the tips, Tony! I’ll listen carefully to the first video you posted. As for Paul Winter, I have his albums, including this Icarus that you have linked. Yes, he has an identification with Brazilian music, especially with Bossa Nova. There are albums of him with special participations of Luiz Bonfá, Roberto Menescal, Carlos Lyra and Luiz Eça. Very good, friend. Hug.

  41. The reason I mentioned Paul Winter is because I scanned your existing catalogue and did not see any albums for him or any of the participant musicians and subsequent bands such as Oregon, Ralph Townsend, David Darling, etc. Given your vast collection, I suspected you might be familiar with him but you never know.

    Regarding Bill Lazwell (another name not in your catalogue yet), when you start to dig into his history you will probably find many recordings where his name pops up. One recording from my collection that I was surprised to see his name on was the Brian Eno/David Byrne collaboration called ‘My Life in the Bush of Ghosts’. He has recorded with a virtual who’s who of the progressive musical landscape since the 80s.

    The show I mentioned was filmed at the Chicago public television station studio to an audience of about 300. The ensemble is as diverse a collection of performers as you will ever encounter. Be patient and let the show unfold (I will be interested to hear at what point you notice your first ‘Wow!’ moment. For someone with your kind of musical antennae, this show should be a one of a kind treat.

    Regards,
    TonyM

  42. I saw the show and I thought it was sensational. The first song is a spatial fusion mantra. 🙂 And then Pharoah Sanders, Buckethead, Bootsy Collins … wonderful. I researched and really, Bill Lazwell appears on various albums and music projects. Cool, Tony!

  43. Glad to point you in a direction that was probably already part of your collection without realizing it.

    Well, I can tell you that the ‘Wow!’ moment hit me about the moment when F.M. Suso came on with Pharoah Sanders. Hearing a jazz master jamming with an African griot made me realize this was no ordinary mix of musicians. Everything after that was just amazing gravy (kinda like when you knew a Dead concert was not your average night…). FYI, I saw Buckethead in a solo show this summer at House of Blues Dallas. While he puts on a first rate show, it just cannot compare to the interactive jams from this mix.

    By the way, how did you ‘discover’ John Hartford? It certainly would not have been something played on retail radio even here in the States.

  44. I’ve been a record collector for decades, Tony. A long time ago I found the Aereo-Plain album lost in a sebum with an insignificant price. I took the record home and I loved it. It did not take long for me to start going after other albums from his discography. I have at least 3 friends here in Brazil who also love the sound of him. Very good. Thanks for the comments and save the good music in the world. Hugs and happy holidays.

  45. Wow! Am I the only one who obsesses over music enough to post here (I see I was the last to post back in 2016)??!

    Anyway, two points. I have an old vinyl (‘Big Sur Tapestry’ by Charles Lloyd) that I have not heard in years and went looking to hear online (no luck). Then I thought, maybe Marco had it. But No! I see you have Charles on other albums, but no Charles as principal. Oh well… Maybe you will search out another player you might come to appreciate and collect.

    Second point involves a player I only heard for the first time recently, but I have a feeling this guy will get your attention. His name is Muhal Richard Abrams and they played some stuff on NPR because he just DIED. The following is a P.S. note I sent to my daughter.

    P.S. –

    FYI, I just discovered an amazing musician who I never heard of (but I should have!). They played this small obit to a Chicago player by the name of Muhal Richard Abrams and I was knocked over. This guy was both a fluent jazz improviser as well as an avant garde composer. His music sounded a bit like some of the most experimental Zappa you could hear (but without any juvenile tendencies, which may be why his music did not reach a larger audience). Here is a link to the obit plus some from Chicago and New York.

    http://www.npr.org/sections/therecord/2017/11/01/561351129/muhal-richard-abrams-a-sweepingly-influential-jazz-artist-has-died-at-age-87

    http://www.chicagotribune.com/entertainment/music/ct-ent-muhal-richard-abrams-obit-1102-story.html

    Happy collecting!
    Tony

  46. Thank you, Tony!
    First point: I do not have this Charles Lloyd album, but I know it. Great record!
    Second point: I know some of Muhal Richard Abrams’ albums and I like it a lot. Thanks for the feedback.
    Hug.

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